O Perigo dos Venenos
Estricnina, Fluoracetato de Sódio (1080), Organofosforados/Carbamatos (aldicarb, chumbinho) tem suas comercializações ilegais como raticidas por serem potentes venenos e causarem intoxicações e morte não só em animais, mas também, em humanos.
Geralmente são colocados em iscas para atrair os animais.
A estricnina (cristais ou pó) é um potente veneno convulsivante; a absorção gastrintestinal é muito tápida, podendo também ser absorvido pela mucosa nasal. O animal apresenta sintomas neurológicos (ansiedade, inquietação, convulsão provocada por estímulos externos como barulho, toque...) e respiratórios, levando-o ao óbito por asfixia e insuficiência renal aguda.
O fluoracetato de sódio, popularmente conhecido comp 1080 (líquido), tem suas manifestações clínicas variadas: náusea, vômitos, ansiedade, convulsões, que podem ocorrer 30 min a 2 horas após a exposição ao veneno. A contaminação pode se dar por inalação, ingestão ou contato com a pele.
Organofosforados e carbamatos (granulado cor de chumbo): dentre os carbamatos temos que dar atenção especial ao aldicarb, comercializado popularmente como "chumbinho", altamente tóxico. O animal apresenta sintomas respiratórios, gastrintestinais (vômito e diarréia), salivação, tremores musculares, convulsões, etc. O animal se contamina por ingestão.
O crescimento da comercialização ilegal de produtos proibidos pela falta de controle de órgãos fiscalizadores competentes e a própria polícia é preocupante. Estas substâncias podem ser encontradas em estabelecimentos comerciais, vendidas por comerciantes inescrupulosos e irresponsáveis e até por ambulantes que comercializam os produtos proibidos misturados com grafite e areia, quem compra com a intenção de MATAR mistura ainda com outros venenos dificultando o diagnóstico e o tratamento do paciente.
O flagrante de uma negociação ilegal do aldicarb, por exemplo, pode levar à cadeia tanto quem vende como quem compra, conforme o artigo 56 da lei 9605 (crimes ambientais), de 1998.
Cabe salientar ainda a ausência de antídotos para estas substâncias e, conseqüentemente, o tratamento é apenas sintomático. Em animais menores, as chances de vida são remotas. O perigo se estende também aos seres humanos, principalmente crianças, e deve ser alvo de cuidados pela sociedade e pelo poder público.
Texto: Médica Veterinária Fernanda M. Bittencourt Granella - CRMV 7821
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