terça-feira, 29 de novembro de 2011

Tártaro em Cães


Tártaro em Cães

foto: arquivo
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     O tártaro ou cálculo dentário é, sem sombra de dúvida, a grande patologia da boca dos nossos pets, principalmente daqueles que ficam dentro de nossas casas interagindo com os donos intimamente. Claro que os cães de pátio também podem ter tártaro dentário, pois um dos fatores desencadeantes é o PH bucal, que é individual e inerente a cada indivíduo. Cerca de 85% dos cães e gatos com mais de 3 anos de idade tem um grau de enfermidade periodontal. Isto vem a ser tudo aquilo que produz ou pode produzir danos à gengiva que circunda o dente, fazendo com que esta mude sua coloração rósea por uma coloração avermelhada, indicativo de uma agressão ou infecção.
     Muitas vezes os donos de cães com mais de 8 anos, vêm à Clínica relatando que o seu cão está diminuindo o apetite, sem motivo conhecido e com muito mau hálito. Com o exame bucal, se nota tártaro recobrindo total ou parcialmente os dentes, e até dentes já frouxos, que quando da mastigação, causam dor fazendo com que o cão associe comer com desconforto, conseqüentemente, falta de apetite. Por isso, uma avaliação regular nos dentes do seu amiguinho se faz necessária para evitar o afrouxamento dos dentes e até mesmo a perda precoce dos mesmos.
     Trabalhos realizados recentemente apontam os Tártaros como causas de Cardiomiopatias (necrose do miocárdio) em cães, e que freqüentemente evoluem ao óbito, principalmente em cães idosos. (Doutor, diz o proprietário, ele estava bem e amanheceu morto, não sei o que aconteceu! Bem provável parada cardíaca por necrose do miocárdio).
     Tudo isso pode ser evitado com uma profilaxia de controle.
     O que é o chamado Tártaro Dentário ou Cálculo Dentário? Tudo tem início com a formação de uma placa microbiana que é uma substância mole estruturada e resistente, que se adere fortemente aos dentes. Existe a placa supragengival bem visível, e a subgengival que não pode ser vista, está embaixo da gengiva. A partir destas, o cálculo ou tártaro se forma, é uma placa mineralizada (endurecida) que por si só não representa perigo, mas por ser rugosa permite a adrência de uma série de microorganismos indesejados que, além de produzirem gengivite (inflamação da gengiva), provocam sua retração e afrouxamento dos dentes.
     Há alguns anos atrás, a remoção era feita com curetas e raspadores que lesavam a gengiva por mais cuidados que se tivesse para retirar. O proprietário ficava até com pena, pois o cão às vezes ficava um dia sem comer. Hoje é diferente. Alguns veterinários, e aí eu me incluo, usam equipamento de Ultra Som, Jato de Bicarbonato e Polimento com Flúor de última geração, equipamento igual ao usado em humanos.
     A maioria (90%) dos veterinários não costuma fazer polimento após remoção grosseira do tártaro. Durante a eliminação por meios manuais ou por meio de instrumentos mecânicos, deixamos irregularidades na superfície dental, e isto faz com que a placa volte a se aderir à superfície do dente de forma muito mais rápida que em uma superfície polida.
     Conclusão: devemos, enfim, ter o hábito de examinar periodicamente os dentes de nosso amiguinhos e, se encontrarmos placas amarronzadas, esverdeadas ou até linhas pretas com mau hálito, procurar um profissional de sua confiança para que faça a limpeza de uma forma correta e eficiente e com isso, preservar a integridade dos dentes tanto de animais de pista como até mesmo de nosso Pets tão queridos.

Dr. Antonio Carlos Uhr - CRMV 1-2255

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