Indonésia liberta 600 tartarugas e tenta coibir tráfico de animais
Animais foram libertados no rio Bupul, após repatriação feita pela China.
Espécie é considerada ameaçada de extinção no país.
O governo da Indonésia libertou nesta semana em um rio do país 600 tartarugas da espécie nariz-de-porco, consideradas ameaçadas de extinção, após a China repatriar os animais, que seriam comercializados ilegalmente .
Segundo as autoridades locais, foi um passo significativo na luta contra o contrabando desses animais, negócio ilegal que mais gera lucro no mundo depois do tráfico de drogas e de armas.
Os animais foram libertados no rio Bupul, escolhido pela International Animal Rescue (IAR), organização encarregada de transportar as tartarugas, porque apresenta as condições adequadas para a reprodução da espécie, além de ser um lugar com baixo risco de capturas ilegais.
O país, junto com o Brasil, é uma das nações com maior biodiversidade do mundo, mas a imensa riqueza natural é ameaçada ano após ano pela ação de grandes empresas madeireiras, caçadores ilegais e traficantes de animais.
Os ecologistas relataram que o resgate das tartarugas-nariz-de-porco (Carettochelys insculpta), em uma operação coordenada entre as autoridades de Jacarta e de Hong Kong, na China, demonstra que a repatriação de animais e a colaboração transnacional são fundamentais para combater o tráfico.
Crime ambiental
Ainda com menos de um ano de vida, as tartarugas-nariz-de-porco voltaram a seu habitat natural, a província de Papua, no leste da Indonésia, após passar 24 horas de quarentena em Jacarta. As tartarugas chegaram à Indonésia no último dia 5 de outubro.
Ainda com menos de um ano de vida, as tartarugas-nariz-de-porco voltaram a seu habitat natural, a província de Papua, no leste da Indonésia, após passar 24 horas de quarentena em Jacarta. As tartarugas chegaram à Indonésia no último dia 5 de outubro.
Os filhotes, reconhecíveis pelo focinho em forma de nariz de porco, foram capturados ilicitamente em Papua antes de serem enviados a Hong Kong, onde seu principal destino era se tornar animais de estimação de famílias ricas.
O preço dos animais no mercado "varia entre US$ 20 e US$ 40, mas as grandes chegam a ser vendidas por US$ 2 mil", explica Karmele Llano, diretora da IAR na Indonésia.
O comércio de animais selvagens é um negócio muito lucrativo na Indonésia, um país que conta com 12% dos mamíferos de todo o planeta, 16% dos répteis e 25% dos peixes.
O biólogo holandês Willie Smits, um dos maiores especialistas em conservação no arquipélago asiático, garante que o valor do tráfico de animais procedentes da Indonésia atinge US$ 1 bilhão por ano, apesar de não existirem números oficiais. As espécies que maiores riscos correm de cair nas redes do tráfico na Indonésia são os peixes ornamentais, os répteis e os macacos.
Exportação ilegal
No caso das tartarugas, as autoridades indonésias admitem que em média 18 mil são exportadas a cada ano para todo o mundo. Já a rede de monitoração do comércio de animais selvagens Traffic denuncia que este número é, pelo menos, cem vezes superior.
No caso das tartarugas, as autoridades indonésias admitem que em média 18 mil são exportadas a cada ano para todo o mundo. Já a rede de monitoração do comércio de animais selvagens Traffic denuncia que este número é, pelo menos, cem vezes superior.
No entanto, as organizações em defesa dos animais consideram que a melhor maneira de lutar contra este problema é conscientizar o consumidor final.
Segundo Karmele, "as pessoas que tem tartarugas em casa não pensam no impacto provocado na natureza. A maioria desses filhotes não consegue se reproduzir em cativeiro, o que significa que foram capturados ilegalmente".
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês), a espécie nariz-de-porco é considerada vulnerável.
* Com informações da EFE
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