quinta-feira, 22 de março de 2012

Entenda a comunicação não verbal dos felinos!


Encontros Noturnos

gatos
Entenda a comunicação não verbal dos felinos!
Tudo o que se refere ao gato sempre esteve envolto por muito mistério e crenças antigas. Há quem acredite que a capacidade comunicativa do gato seja tão surpreendente chegando a entrar no mundo mágico, onde o gato se comunicaria telepaticamente e até com elementos que não podemos ver. Fantasias a parte, é claro que os gatos se comunicam entre si e com o mundo, mas, diferentemente do cão, é muito mais observador e sua comunicação dá-se de forma muito sutil. Mais do que ser visto e ouvido, o gato busca ver e ouvir muito bem. Sempre atento a tudo o que ocorre em seu ambiente, seus movimentos são devidamente calculados. Não esqueçamos, é claro, das frenéticas e explícitas exibições das fêmeas no cio. Estas sim fogem à regra, não são nada sutis!
Entre os gatos, destaca-se a comunicação dita não verbal, realizada através de sinais auditivos, visuais e olfativos e até do senso tátil. Utilizando-se de deposições odoríferas (esfregamentos, marcação urinária e até arranhaduras), sinais visuais, posturas corporais e vocalizações específicas, os gatos se comunicam com o mundo. Assim, um gato aparentemente solitário pode estar envolvido em freqüentes contatos comunicativos com outros indivíduos sem que possamos perceber. Isso é o que ocorre nos encontros noturnos dos gatos de uma mesma vizinhança. Chegam no começo da noite e colocam-se bem próximos uns dos outros. Lá ficam por horas se observando e até se limpando. Pouca hostilidade e rosnados ocasionais. Sabe-se lá o que estão dizendo um ao outro???!?
Os gatos procuram manter afastados os competidores, principalmente os outros gatos, para diminuir a necessidade de disputa por alimentos e por parceiros sexuais. Essa postura territorial é mais evidente nos machos, mas ocorre também com as fêmeas. Obter os benefícios de ser o dono do território tem seus custos. O gato que o defende, além de precisar de tempo e energia para manter os intrusos distantes, está sujeito a ferimentos resultantes dos conflitos. E o gato agressor, por sua vez, se arrisca a ser ferido e a nada ganhar com isso, se a tentativa de conquista for frustrada. Assim, em alguns casos, os gatos preferem se tolerar e compartilhar o mesmo território a ficar brigando por ele.
Como além de sócios esses gatos são competidores, para eles quanto menor for o grupo, melhor. Por isso, os gatos visitantes são mal recebidos. A rejeição começa com intimidações para o recém-chegado perceber que a área já tem dono. A maioria entende o recado e vai logo embora. Mas se algum gato visitante insistir em permanecer, a intimidação evolui para tentativa de expulsão. Nesse estágio, o novato poderá apanhar, levando mordidas e unhadas de um ou mais gatos. Se depois de tudo isso, o pretendente insistir em continuar na área, poderá ser aceito pelos membros do grupo. Mas não necessariamente. Se a aceitação não vier, o gato novato terá de fugir constantemente dos gatos do grupo.
Nem sempre um gato considera outros gatos como rivais ou competidores. Algumas raças, como é o caso do Persa, tendem a ser mais amigáveis. Exemplares que cresceram juntos, principalmente onde não há escassez de alimento, costumam desenvolver apego. Esse laço é, em geral, mais forte nos gatos castrados já que os hormônios sexuais aumentam a incidência das disputas, principalmente entre os machos.
Dra. Henriette Brito Jordão
CRMV-RJ-8489
Clínica auQmia – Nova Friburgo – RJ

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