Amigos, Trago hoje aquela notícia que no fundo todos sabíamos que uma hora iria chegar, mas que todos desejávamos que não acontecesse nunca. O lipoma diagnosticado semana passada se desenvolveu de forma assustadora, e o Spawn teve que ser internado novamente na 2ª.feira. Desde então, passou o tempo todo à base de medicamento para dor. Um segundo tumor já havia aparecido ao lado do primeiro, e pela sensibilidade que ele estava apresentando no abdômen, deveria haver outros focos da doença naquela região. A esta altura, já não havia mais o que fazer. Então ontem, às 18h30, o Spawn finalmente nos deixou. Fechou os olhos para dormir o sono eterno. Tranquilo, sem dor, em paz. Estou logicamente triste porque não conseguimos salvá-lo, mas feliz porque durante o curto tempo de convivência com ele - 100 dias desde o seu resgate, em 2 de junho – nós o livramos da dor, da fome e do medo, e oferecemos em troca carinho, conforto, segurança. Nós lhe demos prazer, alegria e amor. 100 dias parece pouco ante uma vida de sofrimento, mas espero que no coração dele esses 100 dias tenham de alguma forma amenizado a dor vivida até então. O que sei é que esses 100 dias foram suficientes para me ensinar muito a respeito de força, de perseverança, de apoio. E de dar valor às pequenas coisas da vida, curtir cada uma delas, porque você nunca sabe o dia de amanhã. O Spawn era assim. Ele não tinha consciência da sua situação, então ele curtia e sentia prazer nas coisas mais simples: comer a comidinha caseira que a Rose preparava para ele, deitar-se ao sol, correr atrás dos gatos, olhar o movimento na rua... ele também adorava quando a Rose limpava a sua orelha, gostava de ganhar carinho na barriga e no meio da testa... Quero agradecer a todos os protetores e padrinhos que durante esse tempo ajudaram com doações, divulgação, e apoio; ao Orlandin, que resgatou o Spawn e, ao saber do diagnóstico de câncer, foi atrás de tratamento para ele; ao pessoal da clínica São Francisco (Dr. Valdir e Dra. Rosana), que sem dúvida alguma abraçaram a causa e estiveram sempre disponíveis para o Spawn; ao S. José, que transportou o Grandão prá lá e prá cá; e finalmente – e principalmente – quero agradecer à Rose, que mesmo sabendo desde o início que a convivência com o Spawn seria uma relação de curto prazo, fez questão de acolhê-lo, protegê-lo, cuidar dele com todo o carinho, fazê-lo sentir-se amado e seguro. Quero também tranquilizar a todos, garantindo que ele não sofreu. Como eu disse, ficou o tempo todo à base de medicamento, para que não sentisse dor. Quando me despedi dele, o Spawn estava deitado na varanda da clínica, tomando um ar. Tinha acabado de comer o almoço que a Rose trouxe para ele e estava em paz, sorrindo. Esta é a última lembrança que tenho dele, e é como quero me lembrar dele para sempre: sorrindo. Na proteção, quando um animal morre, dizemos que ele virou estrelinha. O Spawn era tão grande, que com certeza virou um planeta inteiro! Então desde ontem, ao olharem para o céu e enxergarem um ponto brilhando muito forte, vocês já sabem: é o Planeta Spawn. Não sei se tem oxigênio, água, vegetação, não sei nada do relevo ou do clima. Mas uma coisa eu posso garantir: é um lugar cheio de VIDA!
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