quarta-feira, 14 de setembro de 2011

História Vencedora - Elena Frainer


História Vencedora - Elena Frainer

Mais uma história vencedora da promoção, é da Elena. Divirtam-se com a história da Laila!

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"Oi, meu nome é Elena e a minha irmã quadrúpede se chama Laila.

     A Laila faz seis aninhos dia 10 de Novembro desse ano. Fazem cinco aninhos que a carinha de anjo enjaulado dela nos conquistou, com um “funguinho” na testa, numa pequena jaulinha para adoção em uma pet, com mais dois amiguinhos.
     A princípio, íamos pegar uma cadelinha companheira dela, pretinha e fofa, porém ela nos atraiu, principalmente por causa dos ferimentos.
Pensávamos que era um macho, mas nos alertaram que era uma “guriazinha”. Nem demos bola, já estávamos com ela no colo, não seríamos capazes de botar ela de volta na gaiola.
Essa não é uma história emocionante. Muitas das que eu vivi com outros animais, pois sou o que chamam de "protetora" e ajudo os animais mal tratados e abandonados, são indiscutivelmente mais emocionantes. Só que pra mim, este dia foi o conto mais lindo, não para a Laila, mas pra mim.
      Havia perdido uma cachorra que era a minha irmã gêmea, há quatro dias. Ela era uma vira-lata que tinha se metido na garagem da minha casa e comido todos os meus palitinhos doces. É, foi assim que eu me apaixonei por ela, pela Encrenca. Ela dormia do meu lado, me protegia com a vida dela e nunca me mordeu, até o dia da sua morte. Quando nos mudamos para um apartamento e meus pais se separaram, ela não pôde mais morar comigo, pois o lugar era muitíssimo pequeno. A Encrenca morou com o meu pai. Eu tive a opção de deixar ela na antiga casa, onde tinha crianças que a adoraram, mas infelizmente meu egoísmo falou mais alto e não deixei que isso acontecesse.
     Conforme foi passando o tempo, ela entrou em depressão profunda, emagrecendo muito e perdendo tufões de pelos. Teve muitos problemas de saúde; vermes, pontos por causa de brigas com outros cachorros da nossa antiga casa, diabetes, até que chegou o tumor, e precisou tirar o útero. Era uma cirurgia de risco, por causa do estado de sua saúde, mas ocorreu tudo bem.
     Voltamos com ela para a casa, onde eu fiquei do lado dela lendo Harry Potter 5 e gotejando água para ela tomar. Entre um carinho e outro, me chamaram para uma festinha no salão do meu prédio e, óbvio, eu relutei um pouco, mas decidi ir. E eu me arrependo.
     Quando eu voltei, minha mãe me recebeu com uma voz marcante, e logo percebi. A primeira coisa que perguntei foi onde ela estava. A resposta foi: "Ela está na área, mas eu já ensaquei, minha filha". Não me lembro, na minha vida, de chorar de tanta tristeza como naquela vez. De certo é porque nunca perdi ninguém tão significante como ela.
     Quatro dias depois, após procuras e procuras, ainda tristes, veio a Laila.
     Ela me mordia, mordia muito. Era o oposto da Encrenca, o que me fez ficar muito incerta. Sempre tive um pensamento de que, mesmo triste com uma perda de um animal querido, tem outro que precisa dessa vaga, para ser amado. Mas mesmo entendendo isso, eu ainda ficava triste por a Laila ser apenas a Laila, e não a Encrenca. Talvez ela tivesse algo, não sabia. Passava-se tempo e ela me mordia, me acordava, me ignorava. Eu ficava choramingando pelos cantos.
     Aí, um belo dia, eu, enquanto brincava com ela, percebi algo brilhante: "Ela é ela! Oooooh!". Assim como ela me aceitou, por que não aceitá-la? Criar um outro vínculo, tirando o passado.
     Moral da história? Eu amo a minha maninha mordedora! Olha ela aí:"

Laila posando para a foto!

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