Sarna Demodécica Canina |
Escrito por Maricy Alexandrino - Médica Veterinária |
A sarna demodécica (popularmente conhecida como “sarna negra”), é uma doença causada por um ácaro chamado Demodex canis. Este tipo de sarna não é contagiosa (ou seja, não é transmitida pelo contato direto com um cão doente). Existe uma predisposição genética para doença, que pode ser herdada da mãe, pai ou ambos, portadores da doença. Trata-se por tanto de uma doença hereditária.
Acredita-se que além dos fatores ligados a genética, fatores que causem a queda de imunidade deste animal geneticamente predisposto, também esteja ligado com a manifestação da doença, entre eles:
A demodiciose ou demodicidose (como é chama a doença), geralmente acomete animais jovens/púberes, sendo algumas raças mais comumente acometidas: Shar Pei, Buldogue Inglês, Yorshire, Doberman, Pinscher, Dachshund, Cocker Spaniel, Pit Bull, Bull Terrier, Pastor Alemão, Boxer, Dálmata. Ela pode se manifestar na forma localizada ou generalizada. Os sinais clínicos geralmente encontrados são: alopecia (perdas de pelo), eritema (pele avermelhada) ou hiperpigmentação (escurecimento da pele), hiperqueratose (espessamento da pele), descamação de pele que leva a formação escamas ou caspas.
Quando localizada, apresenta áreas de alopecia ao redor dos olhos, ao redor da boca e nas extremidades dos membros, principalmente membros anteriores. Na forma generalizada pode acometer várias regiões do corpo do animal, cabeça, pernas e tronco. Sendo que esta forma pode aparecer tardiamente em cães adultos ou idosos
Este tipo de sarna em geral não é pruriginosa (ou seja, não causa coceira), ou apresenta prurido leve. Algumas alterações secundárias a Demodicidose podem estar presentes como, seborréia, hiperqueratose, hiperpigmanetação, foliculite, infecção bacteriana e fúngica.
O diagnóstico é obtido através de realização de um raspado de pele, onde com ajuda do microscópio é possível a visualização do ácaro causador. Em alguns casos crônicos, com alterações secundárias graves, ou na raça Shar Pei, o diagnóstico definitivo só é possível através da realização de biópsia da pele do animal.
Tratamento
Com relação ao tratamento, por se tratar de uma doença que tem por base alteração genética e que pode ser predisposta por fatores externos como o estresse, o tratamento definitivo pode não ser possível, principalmente na forma generalizada. A forma localizada responde bem ao controle, sendo as opções de tratamento:
Tratamento tópico:
Tratamento sistêmico:
O tratamento para Demodicidose em geral dura de 2-3 meses, e a freqüência de uso do medicamento varia de acordo com o tratamento prescrito pelo Médico Veterinário. Quando o animal apresenta infecções fúngicas ou bacterianas secundárias, pode ser necessário uso de outros medicamentos concomitantes para acabar com tais infecções. Independente do tratamento prescrito, ele só deve ser parado, após obtenção de 3 raspados de pele negativos.
Obervações:
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