Antes de preparar comida para seu cão ou gato, marque uma consulta
com o veterinário
Gisele Coutinho
Thinkstock
Se você acha que dar comida feita em casa para seu gato ou
cachorro é bem mais saudável do que comprar ração
industrializada, é preciso verificar
se você está tomando alguns cuidados.
A alimentação do animal deve ser adequada ao tanto de
energia que ele gasta diariamente.
Luiz Renato Flaquer Rocha, médico veterinário e diretor
da Sociedade Paulista de Medicina Veterinária, lembra que
a medicina veterinária estácrescendo a cada dia e muitos
especialistas em nutrição animal estão por aí.
Antes de preparar em casa a comidinha do seu pet é
essencial uma visita ao veterinário. Flaquer explica alguns
cuidados necessários.
- Não é indicado dar comida de gente, mas com diversos
cuidados é possível fazer em casa. É necessário equilibrar
a alimentação para o animal ter mais saúde.
Fernanda Gamba de Assis, médica veterinária da clínica
Coveti/Lardog é quem cuida da alimentação de pets em
tratamento intensivo. Ela lembra que entre os perigos da
comida caseira sem acompanhamento de um especialista
está o cuidado com os dentes do animal.
Com refeições caseiras, o acúmulo do tártaro na dentição
de cães e gatos é maior, o que aumenta o risco de doenças
odontológicas.
- A alimentação caseira deve ser balanceada, com orientação
veterinária.
Comida para pet não é resto de comida dos donos.
Fernanda ensina que, em uma consulta nutricional, o veterinário
muitas vezes indicará um suplemento vitamínico para ser
misturado à comida caseira, uma vez que a comida dos donos
não supre o valor nutricional que os pets precisam.
- O profissional fará uma avaliação energética do animal, da
estrutura corporal dele, se ele possui gordura localizada, o
quanto ele gasta de energia por dia e só então fará uma dieta
nutricional balanceada e personalizada para aquele bicho.
Flaquer lembra que animais com problemas de saúde requerem
ainda mais cuidados nutricionais. Às vezes, uma ração já pronta
dá conta do recado, em outras situações, o pet vai precisar de
complementos de vitaminas ou sais minerais.
- Cada caso é um caso. Arroz com frango e batata, por exemplo,
é uma alimentação para um animal que esteja se recuperando de
alguma doença ou indisposição. Mas se uma dieta desta for diária,
o animal não receberá todos os nutrientes que ele precisa,
pois ele não pode ficar sem ferro, zinco, vitamina C, A e complexo
B12, além de cálcio e outros itens.
Arroz, frango, carne de carneiro, fígado, pâncreas, brócolis,
couve-flor e ovo estão entre os alimentos recomendados para matar
a fome do seu pet em casa. Tudo cozido e com pouco tempero.
É necessário prestar muita atenção em condimentos, que os
donos podem adorar, mas com certeza farão mal ao cachorro ou gato.
Bichos mais velhos, cuidados redobrados
Os animais idosos merecem ainda mais cuidados com a alimentação.
O veterinário Luiz Renato Flaquer Rocha recomenda uma observação
maior e consultas com especialistas.
- O pet mais velho pode desenvolver problemas renais. Também há
chances dele provavelmente precisar de complementos e suplementos
para melhorar a flora intestinal.
Chocolate, cebola e leite: alimentos perigosos
O conselho de Melissa Guillen, médica veterinária da policlínica da
Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, é manter distância entre os pets
e alguns alimentos que podem levá-los até a morte.
Entre os alimentos que apresentam ameaça aos cães e gatos está
a cebola, que, segundo a médica, provoca um tipo de anemia,
principalmente em gatos.
E quem nunca achou bonitinho um filhote de cachorro ou um felino
tomando leite?
Pois é, outra ameaça.
- O leite pode provocar fortes diarreias porque possui lactose.
Os animais não produzem a lactase que é a enzima que absorve
a lactose. Poucos cães e gatos produzem a substância em pequenas
quantidades. Portanto, o leite é proibido para os pets.
Já o chocolate, que os donos tanto adoram, é um verdadeiro veneno
para os bichos.
- O chocolate possui uma substância tóxica para os cães e gatos e
pode agir como veneno e até matar.
Quando o assunto é alimentação orgânica, o resultado é o mesmo
que nos humanos: mais saúde por se tratar de produtos sem resíduos
químicos. No entanto, a carne crua, recomendada por defensores de
uma dieta para pets orgânica e natural, também é contraindicada.
Existem várias linhas de alimentação natural para cães, inclusive uma
com alimentos crus, que não é recomendada porque o alimento cru
pode transmitir várias doenças, principalmente as carnes.
Dê preferência aos alimentos cozidos se for cuidar dos
pets com a alimentação feita em casa.
Osso de boi, porco ou galinha nem pensar
O osso não deve ser dado aos animais, nem cozido, muito menos cru.
Segundo Melissa, é comum cirurgias para a retirada de ossos presos
ao esôfago de cachorros. Além deste perigo, ossos podem causar
perfurações no intestino do pet e quando passam pelo esôfago podem
acarretar obstruções intestinais, que também precisa de procedimento
cirúrgico.
- Qualquer osso é perigoso, principalmente o da galinha. O que
chamamos de osso da sorte, em formato de Y, é o mais perigoso.
Ossos de porco também, pois são largos demais e mesmo que um
cachorro seja de grande porte, o osso pode causarobstruções intestinais.
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